quinta-feira, 9 de junho de 2011

Roubando títulos...


Não consigo, não consigo....

Lispector me toma como um todo irregulável, e Sartre vem me dizer mais uma vez sobre minhas angústias, minhas incertezas, sobre o meu querer existir que é frustado por si só...

Sempre monstros, sempre monstros... é o que somos, é aonde nosso pensamento pode chegar, é aquilo que podemos fazer.

Hoje limpava meu quarto, mas num tom epifânico tornou-se uma limpeza não dos objetos ali encontrados, mas de mim mesma. Ali estava eu, mais suja que toda poeira reunida, mais repugnante que todo grude, mais inexistente nesse mundo que o próprio pó estável no meu indicador.

Eu estava ali. Meu eu perfurado por tantas roupas, sapatos, objetos, livros, fumaça, brinquedos, pelúcias, eu estava ali. No meio imperfeito que eu tentei criar partindo da perfeição do possuir tudo.

Tanta tralha que carregou, enfatizadamente, minha alma. Não respiro, não sinto, não vejo... Sobrevivo por mim mesma. Que ser sou eu?

De fato, quanto mais estudo, mais louca fico. ELES, ELES ELES estavam certos....

O estudo leva à loucura, porque SOMENTE ELE nos traz à lucidez. Triste ser humano que se esconde do não-quer-saber para não querer sofrer. Esses somos nós. ESSES, SOMOS NÓS. SEPARANDO, LETRALMENTE, O SUJEITO DO VERBO.


Meus olhos já não falam. Saramago que me perdoe. Minha boca apenas insulta meu ser pulsando mais ainda as feridas.

Ela estava certa, sou deprimida.
E por que não ser? Sim, um sorriso cura tudo. Sim, P. Adams estava quase correto, somente porque não pronunciou a palavra "sorriso", mas ser feliz, Adams, cura tudo. Cura?
Até quando nossos risos sórdidos terão a missão de tapar nossas lágrimas?

Eu sei, sei mesmo, que Ninguém irá compreender minhas decisões. Talvez apenas uma pessoa.? Você que me conhece de dentro para fora, e mesmo quando não falo, voce sabe me dizer tudo aquilo que pronunciei. Porém, eu vou.

R. Carvalho, termino esse texto te agradecendo...
Não somos mais olhos e ouvidos dos reis, simplesmente temos a oprtunidade de ser nossos olhos e ouvidos...

Sabe, deve fazer algum sentido se lido ao contrário.

Por enquanto, apenas me encontro no mundo mágico, aliás, "AS PESSOAS, ELAS NÃO MORREM, ELAS FICAM ENCANTADAS" [G. Rosa, vc encantou mais um dia da minha vida, durma bem]