quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Ocorreu um erro


Antes do final do mundo, devo me pronunciar: ocorreu um erro.
Hoje já não foi como nos outros últimos dias. Ressuscitei meu blog, e muitas vezes me vem à cabeça a pergunta: para quê? Será que perdi um possível início de dom para a escrita? Cadê aquelas ideias mirabolantes que faziam dos meus textos algo mágico para mim mesma?
Sem melancolia ou algo parecido. Sem revolta contra a humanidade. Apenas palavras que juntas, faziam todo o sentido do mundo para mim.
Bem, aqui estou eu, apresentando-me crua diante daquilo que um dia criei.

Palavras emprestadas:
"Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;" [Tabacaria - Álvaro de Campos]

Ocorreu um erro. Mas um erro dentro de mim. Uma mudança, uma inquietação, uma vontade de viver, uma mudança, alteração dos caminhos! Ocorreu uma espécie de alternância de mim para mim mesma. E você ainda se pergunta, porque lê esse texto sendo que não foi feito para você. Porém, esqueça esses detalhes.

Há em mim hoje, uma espécie de luta. Não tenho conseguido assimilar muitas situações e desejo dentro de mim. Adolescência? Não! Digo ser algo mais.

Palavras emprestadas:

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
E ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não ter sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, e ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

(Florbela Espanca, 2003: 75)


Enfim, hoje, já não consigo ficar nem permanecer nesse corpo que me fora dado. Há muito a descobrir! Há muito por onde andar. Há esscolhas a serem feitas. DELAS todas quero participar, partilhar , totalizando, me integrar!

Como é belo o saber !

[Esqueça, só quem sabe e quem lê, há de entender minha almejada ou fútil cabeça! Alice]

Hoje, nem beijos e nem abraços.


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